domingo, 9 de fevereiro de 2014

Do You Really Love Me? (Second Season) - Capítulo 11

Lunna Pov

- Não tinha percebido que você estava na mesma aula que eu. - Ela disse sorrindo. Ah, querida, se você soubesse o quanto eu quero deformar essa sua carinha de barbie e arrancar esse seu cabelo loiro fio por fio, não estaria sorrindo assim. 

- Nem eu. - Sorri falso. - Também né, estava sempre com a Eleanor. 

- Sim. E eu com o Zaz. - Olhei em volta automaticamente e o encontrei sentado ao lado de Louis, ou seja, do meu lado. O olhei de baixo a cima. Ele estava mais que lindo, como sempre. Soltei um suspiro e voltei minha atenção para a loira que tagarelava sem parar com um sorriso no rosto. Essa menina não para de sorrir não? Isso irrita às vezes, sabia? Ainda mais sendo a loira aguada da Perrie Edwards. É, eu descobri o sobrenome dela. Senti um olhar queimando nas minhas costas, mas não me movi até que ouvi Louis me chamando.Virei para ele.

- Sim?

- Onde está a Eleanor? - Perguntou preocupado. Hum.

- Ela está... - Pensei um pouco. - Eu não sei onde ela está. - Conclui finalmente. - Ela deveria estar aqui, mas eu sempre chego mais cedo para essa aula... Que estranho. Ela não é do tipo que cabula aula.

- Tenho motivos para me preocupar, então? - Louis perguntou fazendo careta.

- Talvez. - Falei olhando para o professor que se sentava na mesa. - É uma possibilidade, mas... Não sei. - Suspirei.

- Eu vou procurá-la. - Ele levantou indo até o professor. O observei falar algo para ele, acho que a expressão quase desesperada de Louis convenceu o professor a deixá-lo sair. Não consegui fazer a atividade direito, algo me fazia ficar preocupada. Podia ser besteira, mas não conseguia ficar tranquila. Eleanor não era irresponsável, muito pelo contrário. Ela não iria cabular aula assim. Isso não é normal. Nada normal. Suspirei meio que me deitando na mesa em cima de meus braços. Percebi que Perrie estava me olhando séria.

- Não se preocupe. Vai ficar dar tudo certo. - Sorriu tentando me confortar. Talvez ela não seja tão ruim como eu pensava.


Louis Pov 

Andei pelo corredor em direção ao refeitório, mas algo me dizia que ela não estava lá. Eu não sei como, mas eu sentia que estava acontecendo algo com ela. Meu coração estava apertado, me sentia sufocado. E algo me dizia que ela estava em apuros. Pensar nisso me deixava perdido. Eu não podia deixar que acontecesse algo com ela.

Me virei indo na direção contrária do refeitório dessa vez. Parei imediatamente ao ouvir um ruído na sala ao lado. Olhei pela pequena janelinha na porta  e, de início, não vi nada. Me aproximei mais e tive uma visão maior do ambiente.

Então eu vi. A pior cena que poderia ter visto. Eleanor estava somente com roupas íntimas em baixo de um cara não muito grande, mas em relação a ela, com seu corpo magro, era enorme. Nunca senti tanto ódio em toda a minha vida. Ela chorava. Ela lutava contra ele, mas não conseguia. Seu desespero era claro e minha vontade foi de matar. Tive vontade de torturá-lo até que ele sentisse tanta dor que seu corpo desligasse, tive vontade de torturá-lo tanto que ele implorasse pela morte, mas eu não o faria. O deixaria todo ferido e o levaria para um lugar em que ninguém o encontraria. E o deixaria para morrer de fome.

Mas eu precisava pensar nela. Não podia arrombar essa sala e chamar toda a atenção. Eu não podia expô-la dessa forma. Respirei fundo fechando os olhos. Dei dois passos para trás me sentindo tonto. O ódio parecia queimar em minhas veias. Doía em mim. Me apoiei na parede por alguns segundos até que ela passasse, mas eu não podia enrolar mais. Não podia deixar que aquela cena passasse daquilo.

Engoli em seco e bati na porta. Ninguém veio, mas o barulho parou lá dentro e pude ouvir um suspiro aliviado. Bati mais uma vez, dessa vez com mais força. Ouvi uma voz raivosa mandá-la se vestir rapidamente. Trinquei os dentes. Quem ele pensa que é para falar desse jeito com ela?

Ele abriu a porta e não disfarçou o mau humor ao me perguntar:

- O que quer aqui? - Tive que ter sangue frio para forçar uma risada.

- Que isso, cara? Que mau humor. Só preciso pegar algo. - Menti. Ele bufou revirando os olhos e deu espaço. Entrei na sala seguido por ele e fingi surpresa ao ver Eleanor ali. - Els? O que está fazendo aqui? O professor de Arte estava procurando por você. Não pensei que fosse de cabular aula. - Fiz cara de confuso indo em direção ao armário. Eu tinha pensado em algo para pegar. Abri o armário e peguei o livro. Era algo sobre artes plásticas. Nada a ver, mas foi o que me lembrei.

- E-Eu... - Ela tentou falar, mas a interrompi.

- Ainda dá tempo de você ir. - Comecei a inventar - Ele vai passar uma atividade avaliativa que vale nota, na verdade metade da nota, por isso ele queria que você fosse. Sabe, ele gosta de você. A única que não atrapalha naquela turma. - Forcei uma risada. Isso não era tão mentira assim. Mas eu estava exagerando na nota. Deu certo, pois o babaca logo falou:

- Acho melhor você ir, não é, Eleanor? - Falou de um jeito carinhoso, mas ela se encolheu tremendo. - Para não perder sua nota. - Sorriu. Desgraçado. - Já vou, Els. Até outro dia, querida. - Saiu pela porta. Els se levantou, ainda tremendo e acabou se desequilibrando. Por puro reflexo eu a segurei pela cintura evitando sua queda. Ela parou de tremer na hora.

- Está tudo bem? - Perguntei sério.

- Sim.

- Eu sei que não, Els. Eu vi o que ele estava fazendo com você. - Falei trincando os dentes e a colocando de pé.

- Como você ainda consegue tocar em mim, então? - Falou e percebi seus olhos se enchendo de lágrimas. Isso fez com que toda a raiva desaparecesse de meu rosto.

- E por que eu não conseguiria? - Toquei em sua bochecha. Ela fechou os olhos por cinco longos segundos, eu contei, e os abriu novamente suspirando.

- Eu sou uma puta, Louis. Eu sou... Suja, imunda. Deveria ter nojo de mim. - Arregalei os olhos, completamente espantado. Já ouvira dizer que elas se sentiam assim... Mas não achei que fosse verdade.

- Não. Não. Não é. - Eu segurei a lateral de seu rosto, carinhosamente. Meu outro braço circundava sua cintura fina. - Ele que é o sujo, você não tem culpa, Els. Nunca teve. Eu não sei... Quantas vezes ele fez isso com você. - Fechei os olhos ao falar essas palavras. Pensar nisso me causava uma dor que não tinha sentido jamais. Abri-os novamente fitando seus olhos cor de âmbar, os mais lindos que já havia visto. Tinha algo extremamente familiar neles, eu vi isso desde a primeira vez que a vi. - Mas você não tem culpa. Ele é só mais um doente nesse mundo. E ele tem que pagar pelo que está fazendo.

- Lou... Não... Isso ia acabar com a minha família, eu não posso. Não fala pra ninguém.- Ela implorou.

Eleanor Pov

- Por que acabar com a sua família? - Mordi o lábio inferior.

- Ele é meu primo de primeiro grau.- Senti ele apertando seu braço em minha cintura e meu corpo se prensou contra o dele. - L-Lou... C-Calma. - Gaguejei. Algo se agitava dentro de mim. Ele me soltou e eu quase que não deixei. Meu corpo gritava pelo contato de minha pele com a dele.

- Eu... Eu vou estar com você, tá legal? Você pode contar comigo Eleanor. Eu não vou mais desgrudar de você. Por favor, me diga, me ligue, quando ele estiver por perto. Não quero que ele faça isso com você mais. Não quero que ele chegue perto de você e a machuque. Nunca mais. Tá legal?

- Sim. - Falei, claramente surpresa. - Eu vou fazer isso. Pode deixar.

- Promete? - Tocou meu braço levemente. Esse simples toque pareceu queimar em meus dedos. Cada vez que nos tocávamos era assim que eu me sentia. Em chamas.

- Prometo. - Falei sem desviar o olhar de seus olhos, agora de um azul vivo. 

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