domingo, 22 de março de 2015

Do You Really Love Me?(Second Season) - Capítulo 18

Lunna Pov

A manhã estava nublada como geralmente era aqui em Londres, indicando que a qualquer momento a chuva poderia chegar. Me forcei a levantar, tomei banho e acordei Aleksandra, mandando-a se arrumar. Escolhi uma roupa razoável e a vesti, sentindo-me um tanto bêbada pelo sono. O apito do meu celular me indicou uma mensagem que eu logo percebi ser de Ian.

Acho que agora posso te dizer minha, ahn? 

Sorri e respondi.

Acho que sim, ahn? 

- E esse sorriso em seu rosto, prima? Namorado? - Aleksandra apareceu e eu ri.

- Exato.

- Mas... Eu posso te perguntar uma coisa? - ela disse, de repente séria.

- Claro.

- E aquele outro garoto que você havia me falado quando estávamos na Bulgária? O que aconteceu?

Eu mordi o lábio inferior pensando em como formular essa resposta. Mas no fim não era tão difícil como seria se ela tivesse feito essa mesma pergunta há alguns dias atrás.

- Eu decidi esquecê-lo, prima. Dar uma verdadeira chance à Ian. Ele é... Maravilhoso. E eu acho sinceramente que eu posso amá-lo de verdade. Esquecer o Zayn.

- Espero que esteja mesmo certa. - eu vi que ela estava sendo sincera, mas ao mesmo tempo havia algo. Algo que ela parecia não estar me dizendo e que a deixava desconfortável de forma que ela não me fitava nos olhos como normalmente fazia. Isso era estranho, pois eu já havia citado Ian antes e ela estava bem. O que havia acontecido? Antes que eu pudesse perguntar, minha mãe apareceu na porta, advertindo que tínhamos que nos apressar.

Logo descemos e fomos comer alguma coisa. Me assustei ao perceber que havia algo especial na mesa. Aquilo só poderia ser obra de minha tia. A família inteira se sentou junto e comeu como se fosse a última refeição que teríamos.

- Obrigado, mãe. Estava muito bom. - Lazar agradeceu enquanto nos levantávamos.

- Se cuidem e bom dia de aula. - Recebemos beijos na testa e nós quatro, Lazar, Aleksandra, Ethan e eu, fomos para a escola. No caminho, "pegamos" Lea, que estava realmente desatenta. Quando perguntei o que era, ela disse que não era nada. Normalmente eu sabia que me contaria depois, quando estivéssemos a sós, mas agora eu tinha a sensação de que não o faria por vontade própria, teria que ir atrás.

Nossos amigos nos esperavam na frente do colégio, com exceção de Zayn, o que achei estranho já que ele não costumava se atrasar. Balancei a cabeça. Eu não deveria pensar nele antes de conseguir esquecê-lo completamente. Apresentei meus primos para todos e disse que estava indo na diretoria para pegar seus horários, já que meu tio tinha vindo fazer a matrícula deles no dia anterior. Quando terminamos lá, o sinal tocou e tivemos que nos separar, pois nossa primeira aula era diferente.

Encontrei Els e Ethan - nosso único horário juntos já que meu irmão não havia demonstrado muita facilidade com História da Arte ultimamente - na aula. Me sentei ao lado de El e atrás de Ethan, passando a prestar atenção na aula, porém  isso se tornou um problema ao passo que meu irmão não parava quieto. Suspirei. Algo o estava incomodando. Hoje não parecia ser um bom dia para as pessoas que estão à minha volta.

- O que diabos você tem? - sussurrei no seu ouvido fazendo-o dar um pulo.

- Não é nada. - ele disse, mas eu sabia que estava mentindo. Ficamos prestando atenção na aula por alguns minutos, mas, como eu previa, Ethan logo se virou e perguntou algo que eu mal havia reparado: - Onde será que a Perrie está?

- Na aula dela, talvez? - sugeri ironicamente.

- Mas ela tem essa aula conosco. Sempre se senta perto da janela e na frente já que ama História da Arte, de forma que não ia cabular aula e... O que foi? - minha cara deveria estar muito engraçada já que ele parecia um tanto confuso. Agradeci por ele não poder lê-la já que tudo o que eu conseguia pensar era: Por que, diabos, ele havia observado ela tanto? E já tive a resposta quase que imediatamente, me sentindo estúpida por não perceber algo que estava na minha cara o tempo todo. - Que cara é essa? Você está me assustando.

Eu iria mentir. Iria mentir feio dizendo que não era nada demais, mas fomos interrompidos por um professor nervoso com a "reunião familiar". Nos desculpamos e passamos a prestar atenção na aula. Ou fingir, já que eu não tirava minha nova descoberta da cabeça sem saber se isso era bom ou ruim. Decidi que era ruim, por fim, afinal, ela não era alguém acessível. Perrie Edwards era a namorada do ex-namorado que eu ainda amava e agora eu descobrira que meu irmão tinha, no mínimo, uma queda por ela. Se é que já não estava apaixonado. Eu entendia. Perrie era linda, sorridente, radiante e espontânea. Mas não poderia ser dele. Seu namoro com Zayn parecia ir de vento em popa. Os dois se davam muito bem - embora ainda me doesse admitir isso, apesar de minha decisão - e eu não achava que meu irmão teria qualquer chance, apesar de ser lindo como ele como era e de ter uma personalidade realmente amável e gentil. Seria apaixonante, se não fosse o Zayn. Minha opinião era tendenciosa, no entanto, então tentei não pensar nisso.

Puxei Els para a próxima aula, a mesma me questionando sem parar, percebendo que eu estava inquieta, mas não contei nada. Eu não podia fazer isso com meu irmão. Sair fofocando sobre seus sentimentos.

- Não importa, Els. Eu não posso te contar, perdão. - disse de forma que não era nenhuma mentira e ela pareceu entender, mas esse não seria o caso de Lea, que estaria na próxima aula, então tratei de tentar voltar ao normal.

- Hey, gurias, como estão? - ela sorriu, um pouco feliz demais, ainda mais estando com Eleanor por perto, já que, desde que havíamos percebido a proximidade de Els e Louis, Leane parecia realmente triste.

- Bem. - minha outra amiga respondeu surpresa. Eu não a culpava.

- O que aconteceu com você? - questionei novamente em seu ouvido.

- Já disse que nada, garota. Largue de tanta insistência. - ela disse parecendo nervosa. Isso me deixou ainda mais desconfiada, mas por hora a deixei em paz. Porém, eu fiquei um pouco chateada por ela não confiar em mim.

As aulas se arrastaram até o fim. Percebi que Zayn havia vindo, sim. Apenas chegara um tanto atrasado. E estava distraído como várias pessoas à minha volta estavam hoje. Ninguém merece. Hoje eles estão com o bicho.

Contei minha novidade à Els, mas não para Lea, em uma vingança infantil por ela não ter falado sobre si. Era idiota e eu sabia, mas estava chateada. Sinceramente chateada. Se era algo com a mesma, por que não me contava? Sempre falei as coisas para ela, que eu me lembre, pois Leane sempre foi minha melhor amiga. Eu simplesmente não entendia o que poderia ser para que ela não me contasse. Por quê? Por que ela não confiava em mim?

Voltamos os quatro familiares para casa, conversando sobre o primeiro dia de meus primos. Como esperado, Aleksandra teve um dia muito mais social que Lazar, por suas personalidades distintas. Meu primo era tímido e sua irmã era realmente solta demais. Não que um fosse melhor que o outro, eram apenas diferentes.

Percebi Zayn atrás de nós somente quando este se dirigiu à mim:

- Você vai na casa da minha irmã? - ele questionou. Senti uma sensação estranha ao encarar seus olhos castanhos, parecendo ansiosos por algo que eu não tinha ideia.

- Vou sim, eu tinha prometido à sua mãe que vou hoje e amanhã. - ele assentiu. - E você?

- Eu vou também. Na verdade, mamãe pediu para eu lhe dizer que precisa da nossa ajuda para outra coisa além de Lilith, mas só vai nos dizer lá. - de novo o "mamãe". Por que eu achava isso tão fofo?Talvez por ter visto isso tantas vezes de uma maneira falsa. Garotos que chamavam suas mães assim para parecerem fofos, mas não era nada espontâneo. Com ele era diferente. Era algo natural. Zayn tinha imensa adoração e respeito por sua mãe. A mulher que se casasse com ele seria extremamente amada. Um dia, pensei que essa mulher pudesse ser eu. Agora já não penso que isso seja possível. E me dói. Dói demais. Me repreendo por isso, mas logo paro. Não é tão simples esquecer alguém. Ainda mais se esse alguém for Zayn Malik e se o que ele lhe despertou foi algo tão forte. Preciso dar folga à mim mesma.

- Okay. - respondo por fim, entrando na casa. Vou tomar um banho e quando saio encontro minha prima sentada na cama com um olhar perdido. - Hey, está tudo bem? - chamo sua atenção enquanto seco meus cabelos. Ela apenas me fita. Aquilo se torna realmente estranho, pois ela parece estar tanto brava quanto chateada. E vê-la assim não é normal. Aleksandra é uma adolescente alegre sempre. Ou quase sempre, já que agora me olha dessa forma. - O que foi contigo?

- Você tem certeza do que está fazendo? - olhei confusa, não entendendo a pergunta. - Tem certeza de que está fazendo a escolha certa?

- Você... Você está falando...

- Do seu namorado, prima. Você tem certeza que é isso o que você quer?

- Claro. Foi o que eu escolhi. - ela suspirou. Fiquei sem entender. Aleksandra se levantou, me deu um beijo na bochecha e dirigiu-me um olhar que eu conhecia, mas não identifiquei de imediato. Em seguida, foi embora.

Vesti uma roupa mais fechada, pois estava vendo o tempo cada vez mais frio. Estava ansiosa por ver a pequena Lilith, mas aquele olhar de minha prima ainda rondava em minha cabeça. Peguei minha bolsa e desci. Ao sentir o vento frio bater em meu rosto, me arrepiei ao conseguir entender o que aquele olhar significava. Decepção. Chateação. Era o olhar de quem sabia que algo era errado, mas que não podia fazer nada, pois aquilo estava além de seu alcance.

sábado, 14 de março de 2015

Do You Really Love Me? (Second Season) - Capítulo 17

Lunna Pov

Perdida. Era assim que eu me sentia. Com uma enxurrada de pensamentos que eu não conseguia por em ordem para expressá-los. Vê-lo assim não ajudava em nada, apenas me fazia mal. Eu sabia como era. Perder alguém. Sabia o quanto era doloroso. Mas um irmão era uma sensação diferente. Um irmão que era a pessoa que mais te entendia, se não o único. Fiquei calada. Esperando que Ian falasse. Se ele quisesse. E, depois do que pareceu uma eternidade, ele quis.

- Ontem foi o dia em que tiraram sua vida. Um dia que eu nunca irei me esquecer. Eu sei que deveria deixar ir. Sei disso. - me olhou como que sabendo o que eu pensava. E era realmente isso. Ian precisava de ter sua alma curada. Eu nada posso falar já que nunca o fiz, nunca deixou de me machucar quando eu pensava que mamãe estava morta, mas mesmo assim não deixo de pensar... Por ser ele. Não estou correta com essa atitude, mas é inevitável. E então percebi algo.

- Você disse... Tiraram sua vida? - franzi o cenho.

- Exato. Ele foi assassinado, faz dois anos. E até hoje não encontraram seu assassino. - o vi fechar as mãos em punho, a raiva estampada em sua face.

- E é por isso que você não pode esquecer.

- Claro. Como poderia? Todos já desistiram. Não há pistas. Não há nada. Como isso é possível? Como pode alguém ter matado ele sem nenhum erro? Eu não entendo. Não há como. Não há...

Segurei sua mão ao ver que ele estava se perdendo em suas emoções. E eu senti o mesmo. Como se tomasse suas dores para mim. Um crime perfeito. Diziam que era algo inexistente, mas esse era um caso. Haviam tirado um irmão, um filho, um amigo e talvez um namorado. Nenhuma pista? Nada? Como podia ser isso possível? Tantas pessoas sendo injustiçadas e um maldito assassino a solta. E o pior era que não podíamos fazer nada.

O deixei falar e colocar toda a sua raiva pra fora. Até que ele começou a apertar minha mão forte demais.

- Ian, você está me machucando. - avisei e vi seu semblante mudar.

- Perdão, Lunna. Perdão. - Ian beijou minhas mãos com carinho e eu senti meu coração se aquecer. Eu sei que era um momento ruim. Um momento péssimo, mas mesmo assim me senti bem. Como se estivesse mais próxima dele por ter compartilhado algo tão importante comigo. Algo que o machucava tanto. Como se tivesse me dado um voto de confiança. E tomei uma decisão.

Tomei seus lábios, pegando-o completamente de surpresa. Ainda mais pela forma que eu o beijava. Nunca o havia feito com tanta vontade assim. Logo Ian se recuperou e envolveu minha cintura, trazendo-me para mais perto de si. Senti calor percorrer meu corpo de cima a baixo e me deixei levar. Hoje eu seria dele.

Ian me pegou no colo e se dirigiu ao que eu pensei ser o antigo quarto de seus pais, pois lá havia uma cama de casal. Quando percebi estávamos ambos sem roupas. Minha mente estava nublada e eu não conseguia pensar em mais nada além desse momento. E foi maravilhoso, por mais que não mágico. Mas isso eu sabia que viria. Iria aprender a amar Ian. Essa era minha decisão.

Me deitei em seu peito, finalmente podendo prestar atenção na maciez dos lençóis que cobriam nossos corpos nus. E era uma sensação boa a de estar em seus braços. Uma sensação de paz. Embora não tão boa quanto quando eu estava com Zayn. Balancei a cabeça. Eu iria esquecê-lo. Seria de Ian. Ele era maravilhoso e eu não o iria magoar. Dessa vez não estragaria tudo.

- Posso perguntar o que desencadeou isso? - levantei a cabeça fitando o pequeno sorriso de Ian. Isso me deixou feliz. Os sentimentos ruins pareciam estar por fora nesse momento. Sorri.

- Segredo. - ele ergueu uma sobrancelha me fazendo rir e selar seus lábios. - Será que posso tomar um banho?

- Só se eu puder ir junto. Pode ser?

- Pode. - sorri novamente e o puxei até o banheiro do quarto. Tomamos um banho tranquilo, sem nada mais que beijos e risos. Eu estava me sentindo incrivelmente... Feliz. Sentindo que as coisas poderiam dar certo dessa vez.

Decidimos ir em uma sorveteria na mesma rua da casa, onde finalmente abordei o assunto da casa e pudemos resolver a situação facilmente. Meus tios poderiam se mudar no dia seguinte. Me liguei que eles dormiriam no quarto em que havíamos estado juntos e isso foi realmente nojento. Ian me pediu para empacotar as coisas de seu irmão e esse foi um momento um tanto chateador. Segurei sua mão mais uma vez antes de começarmos. Deu para ver um pouco da tristeza e raiva voltar a seu olhar, mas depois o distraí novamente. Ele me acompanhou até em casa e foi para seu apartamento. Me sentia feliz. Como se... Flutuasse.

Abri a porta de meu quarto dando de cara com prima Aleksandra penteando os longos e loiros cabelos do lado onde ainda o tinha, obviamente se preparando para sair. Ela me dirigiu um sorriso.

- Pensamos que não voltaria mais. Como estava o namorado? - eu ri. Como podia saber disso? Mamãe.

- Muito bem.

- E a nossa casa?

- Podem ir amanhã. E é enorme, moderna. Aposto que vão adorar. - retirei meus tênis, sentindo-me relaxada ao sentar na cama. - Onde está indo?

- A resposta é para onde você vai levá-la. - mamãe apareceu na porta.

- O que?

- Isso. Se arrume e vá com seus primos e Ethan passear. Apresente a cidade para eles. Vai ser ótimo. - percebi que não havia escolha a não ser concordar e suspirei, indo me arrumar. Comecei a pensar nas possibilidades. Não podia ser um lugar que acabaria muito tarde, pois amanhã tinha aula e depois eu não poderia descansar, pois iria visitar a casa de Logan e Doni. Decidi por apenas dar um passeio pelo shopping.

Descemos e encontramos Lazar e Ethan prontos.

- Ui, acho que vou ter que ficar de olho nesses dois, se não vão ser atacados. - brinquei. Meu irmão sorriu e meu primo ficou um tanto vermelho.

- É bom mesmo. - ouvi tia Katerina gritar da cozinha. - Cuide deles e não deixe nenhuma bitch atacar meus meninos. - eu ri, além de por sua agressividade, por seu sotaque ao xingar. Minha tia era a única da família que possuía sotaque. E isso não aparecia enquanto falávamos aqui, afinal, nos comunicávamos em búlgaro, mas misturar algumas palavrinhas em inglês misturadas eram comuns

- Vamos embora. - Lazar exigiu com o rosto branco da cor de um tomate.

- Calma, maninho. Volte a respirar. - Aleksandra zombou abrindo a porta. Tive a ideia de ligar para meus amigos e perguntei se não havia problema. Para Lazar, claramente tinha, mas eu o convenci. Liguei primeiro para Lea, mas esta estava ocupada cuidando de um ser doente que logo descobri ser Harry. Niall estava ajudando sua mãe com algo que me pareceu língua alienígena. Apelei para Lucy, mas esta estava namorando. Minha última tentativa foi Louis, que avisou estar trazendo Eleanor junto dele. Nos encontramos nos shopping e resolvemos ir a uma loja de jogos, onde ficamos um tanto espalhados, mas foi divertido. Dançamos, jogamos jogos de luta, pagamos micos que deixaram Lazar louco - hilário. Por fim fomos comer. Fiquei feliz em ver eles se entrosando.

- Vocês vai com o Ian no baile? - Eleanor perguntou.

- Vou sim.

- Quem é Ian?

- É o namorado dela, Lazar. - Aleksandra respondeu com um sorriso. - Aliás, que baile?

- É um baile de boas vindas, que será feito nesse sábado à noite. - Louis explicou.

- Vocês vão querer ir? - perguntei.

- Claro. - minha prima respondeu pelos dois. - Mas precisa obrigatoriamente de um par? - fez careta. - Pensando bem, não tenho nada para vestir.

- Não. Eu te ajudo com o vestido, prima. Sem preocupações.

- Poderíamos nos encontrar na casa da Lunna para nos arrumarmos juntas. - Els sugeriu. - Digo, nós três, a Lea, a Perrie...? - a última saiu como uma pergunta. Ela queria minha permissão para a loira vir ficar por perto.

- Sim. É uma ótima ideia.

- Acho que estamos boiando. - Louis disse e eu ri.

- Vão se juntar também. - brinquei.

- É. Vestir um ao outro, fazer maquiagem. - Els zombou e rimos ao ver a carranca dos três.

- Acho melhor não. - meu irmão disse.

Tivemos que voltar para casa. Eu estava cansada demais. Mas feliz também. Havia sido um dia bom. Um dia muito bom. Dormi sorrindo.


quinta-feira, 5 de março de 2015

Do You Really Love Me? (Second Season) - Capítulo 16

Lunna Pov

Senti braços quentes e pequenos me envolverem com carinho. Eram os braços de minha tia. Estava com saudades dessa mulher que fora a mais presente que eu tive, afinal, minha mãe fora afastada de mim por meu pai biológico. Eles haviam se atrasado, realmente, mas haviam finalmente chegado. E eu não podia estar mais feliz. Abracei meu primo, Lazar, e minha prima mais nova, Aleksandra. Eles haviam mudado um pouco desde que os vira no verão. Mas apenas porque Lazar havia tingido o cabelo loiro, que agora estava ruivo e Aleksandra raspara a lateral da cabeça, como já havia dito que pretendia fazer. Estava linda. Ambos eram lindos. Na verdade, a família.

Pouco depois meu tio entrou com algumas malas. Eles iriam ficar em nossa casa por alguns dias, pois ainda não havia conversado realmente com Ian. Pensar nele me fez lembrar do dia anterior. Eu sabia que ele não estava bem. Precisava conversar outras coisas além da moradia de meus parentes. Urgentemente. Mas por enquanto me foquei neles totalmente. Ajudei Aleksandra a se instalar no meu quarto, colocando um colchão no chão para que ela dormisse, já que chegara tão exausta. Ethan dividiria o quarto com Lazar e meus tios ficariam no quarto de hóspedes. Logo, os quatro estavam dormindo. Eu sabia que estavam cansados. Não havia simplesmente vindo da Bulgária. Estavam no Japão nas últimas duas semanas e antes disso na África do Sul. Eu imaginava como eles estavam cansados.

Desci para a sala, encontrando meu irmão deitado no colo de minha mãe em cima do sofá assistindo um filme.

- Mãe, eu vou sair um pouco. Vou conversar com meu amigo sobre a casa dos tios. - avisei.

- Tudo bem, mas não volte tarde. - ela me disse com um olhar que deixou claro que ela sabia que não era apenas um amigo. Arregalei um pouco os olhos e saí, abrindo uma sombrinha para me proteger dos fracos chuviscos. Peguei um táxi. Era perto demais, no bairro vizinho, mas poderia começar a chover forte e isso não seria nada bom. Nada. Nada bom. Pude relembrar a ligação do dia seguinte. Eu nunca havia o visto daquela forma. Tinha que ter acontecido alguma coisa. E eu queria tanto saber. Não era apenas uma curiosidade comum. Estava preocupada com ele. De verdade.

Abri a porta da casa, que se encontrava destrancada como ele havia avisado. A casa tinha um ar luxuoso e moderno ao mesmo tempo. Me lembrava dela. Realmente me lembrava dela. Mas minhas lembranças eram um pouco nubladas por causa da bebida.

E então eu o vi. Sentado na bancada com um copo cheio de um líquido transparente que eu pude reconhecer. Seu olhar era um tanto cansado e... Triste. De uma forma que eu nunca havia visto nele. Isso me fez sentir vontade de abraçá-lo. Mas não iria. Ian estava obviamente camuflando o que sentia e eu não podia fazer isso com ele.

- Hey. - disse baixo, tocando em seu braço delicadamente. Ele sorriu para mim, um sorriso que não chegou ao seus olhos, e selou nossos lábios com carinho por mais tempo que o normal. Acariciei seu rosto por um momento e então me sentei ao seu lado. Não precisei falar. Ian sabia que eu queria saber, mas não ia perguntar.  Apenas quando ele estivesse pronto. Fiquei segurando sua mão. Ela era quente, macia e enorme.

Sem dizer nada, ele me puxou até a escada em formato de espiral. Ela era fechada por paredes que estavam cobertas de fotos de família. Eu pude ver uma família feliz. Em alguns momentos parecia que ele tinha a mesma idade, mas estava um pouquinho diferente. Chegamos em frente de uma porta e hesitou. Não era medo por mim. Era como se o machucasse.

Finalmente, abriu a porta, dando visão para um quarto branco, cheio de pôsteres de bandas de rock, muitas que eu nunca tinha ouvido falar. No canto, havia uma imensa caixa de som ao lado de uma mesinha com um notebook. A cama tinha uma colcha estampada com um lobo cinza tão belo quanto assustador. E na mesinha de cabeceira haviam duas fotos.

- Esse é o seu quarto antigo?

Olhei com mais atenção para as fotos. Em uma, aparecia uma garota ruiva sorridente ao lado dele, com, aparentemente, quinze ou dezesseis anos. E na outra haviam dois garotos quase iguais. Ambos sorrindo de forma diferente. Um deles de forma alegre, animada e o outro transmitia, além dessas duas coisas, um tanto de ironia. O primeiro, eu percebi, era Ian. O segundo...

- Era o quarto do meu irmão gêmeo. - ele disse, sua voz soando baixa, presa, dolorosa. - Até que ele morreu.


Do You Really Love Me? (Second Season) - Capítulo 15

Lunna Pov

Eu tinha um pequeno pacotinho sobre meus braços. Ela era tão quentinha... E eu havia me viciado em segurá-la. Lilith tinha apenas duas semanas e eu ia praticamente todos os dias na casa de Doni e Logie. Era estranho. Vivendo como casados os dois... E eu aqui. Tentava ajudá-los, apesar de Trisha também estar vindo para cá com muita frequência. Nenhuma de nós reclamava, ou reclamaria. Era uma menininha encantadora. Quando não chorava, sejamos realistas.

Dessa forma acabava vendo Zayn mais do que gostaria. Não exatamente gostaria... Eu gostava de vê-lo. Tê-lo por perto. Mas ainda doía. Meu coração não respondia da forma que eu queria. Ele mexia comigo. E eu não parecia fazer o mesmo com ele, o que me fazia mal. Zayn estava me superando, se já não o havia feito. E eu... Eu estava frustrada.

Ian era maravilhoso. Lindo, com aquele jeitinho matador... Eu gostava dele. Mas nada era como com Zayn. Aquela sensação de estar nas nuvens. De que nada iria me atingir enquanto estava com ele...

Balancei a cabeça tentando expulsar os pensamentos e me concentrei em Lilith. Cantei baixinho até que ela adormecesse e a coloquei em seu berço. Saí do quarto e dei de cara com Trisha. Ela sorriu gentilmente para mim e eu retribuí.

- Ela dormiu?

- Sim. Foi fácil. O remédio fez efeito antes de chegarmos no quarto.

- Deve ser por ser tão pequena. Circula rápido. - deu de ombros.

- Provavelmente.

- Vai ficar para o jantar?

- Não.

- Por quê? Eu vou cozinhar. Poupar Logan de uma indigestão, pois Doni não nasceu para isso, definitivamente. - eu ri.

- Deculpe. Eu adoraria ficar, mas tenho um compromisso. - menti. Eu apenas estava querendo sair logo, já que daqui a uma hora Zayn deveria chegar, como de costume.

- É uma pena. Mas já que não há como...

- Amanhã, quinta e sexta eu volto. - costumava alternar os dias, um dia sim, outro não. Mas nesse caso eu alteraria já que no sábado não poderia. O dia do baile. A abracei.

 Uma brisa fresca me fez arrepiar assim que abri a porta. Iria chover. Corri para casa, literalmente. Assim que pisei em meu quarto, pude ouvir a chuva. Não era forte. Deitei na cama e tentei dormir. Estava cansada. Depois da escola havia ficado a tarde todo ajudando com Lilith. Ela ainda era muito novinha, mas estava com cólica e assim realmente enjoadinha.Quando estava quase adormecendo, meu telefone tocou. Soltei um gemido de frustração, mas atendi.

- Alô?
- Lunna, oi.
- Ian. Oi. - silêncio - Ian? - mais silêncio. - Ian, você está bem? - perguntei um tanto preocupada.
- Não.
- Onde você está?No seu apartamento? Quer que eu vá até você?
- Não, só... fique aí. Por favor. - sua voz estava trêmula, mas controlada. Eu nunca o havia visto dessa forma. Isso me fez pensar no quanto eu sabia sobre ele. Para mim, Ian era um cara maravilhoso, que sempre me ajudou quando estava por perto, a pessoa que me amparou quando eu estava tão chateada por Zayn e Perrie e apavorada por estar sendo seguida. Ele me protegera, me fizera sentir segura e assim eu não tinha pensado que ele deveria ter problemas. Era burrice, já que todos tinham problemas, isso era claro, mas realmente nunca havia passado pela minha cabeça que Ian tenha alguma coisa que o machuque. Agora ele está do outro lado da linha me pedindo para ficar com ele, o dando apoio e, obviamente, não está bem.
- Claro. É claro que eu fico.




Narradora Pov

O garoto bufa, frustrado, fechando o bendito livro. "Cálculo, cálculo, por que tão complicado?", sentindo a garganta coçar. Se segurou. Estava cansado de tossir, pois toda vez que isso acontecia desencadeava uma crise muito dolorida, além disso, o deixava fraco.

- Está com dificuldade, maninho? Quer que eu ajude antes de ir trabalhar?  - percebeu a loira na porta de seu quarto o olhando um tanto zombeteira, um tanto carinhosa. O garoto a ignorou. Não que estivesse com raiva dela propriamente.  Mas estava com raiva do mundo. E, bem, Gemma era parte do mundo. - Ei, pirralho, não me ignore. - o garoto sentiu um beliscão em sua orelha. Mal conseguiu falar de tanta dor. Se havia algo em que a irmã era boa, eram os tais beliscões. Mas hoje estava particularmente pior. Tudo parecia pior. Seu corpo estava sensível...  Xingou mentalmente quando não conseguiu segurar a tosse.

O dos cabelos encaracolados apoiou as mãos na mesa a sua frente tentando firmar o corpo enquanto a tosse passava.

- Você tem que cuidar dessa tosse, Harry.

- Eu sei.

- Vou fazer um chá para você.

- Não preci...

- Eu já decidi. Me espere aqui.- disse a loira saindo do quarto.

- Mas é louca mesmo...

A Styles foi para a cozinha preparar o chá, após ter colhido as folhas de hortelã em seu quintal. No andar de cima, o garoto percebeu que a irmã demorava demais a voltar e desceu, parando no meio da escada ao ter outra crise de tosse, que foi ouvida pela mais velha.

- Harry, o que está fazendo? Eu disse para me esperar, idiota.

O garoto não conseguiu falar, pois uma tosse o interrompeu, seguida de outra e depois outra. Ele se segurou no corrimão, sentindo o corpo ficar fraco. A menina correu até o maior e o ajudou a chegar no sofá.

- Está tão quente. - suspirou, checando sua temperatura. - Que droga. O que eu vou fazer? - murmurou. - Fique quieto. - apontou o indicador no rosto do irmão ameaçadoramente e foi até a cozinha voltando logo em seguida com o chá, que ela não pretendia mais dar ao irmão, não enquanto quente, pois isso só o deixaria mais quente. Pegou o termômetro e foi ver a temperatura do mais novo, que já estava deitado no sofá e, obviamente, não se sente bem. A loira coloca o termômetro na boca de Harry e pega seu celular, ligando para o chefe. Discute com o senhor quando ele não permite que falte. Droga, por que essa criança tinha que ficar doente justo em um dia que sua mãe não estava? Ouviu o termômetro apitar e viu no visor: 39°, soltou um palavrão baixo. Ela não podia deixá-lo sozinho. Pensou e pensou até que uma solução veio à sua cabeça.

- Alô, querida. Eu preciso que retribua aquele favor que te fiz naquele dia.
- Claro, do que precisa?
- Que venha aqui em casa cuidar do Harry, enquanto eu trabalho.
- Cuidar?
- Sim, ele está meio mal. E não vou poder ficar com ele. - a linha fica silenciosa por alguns minutos. - Ei, está aí?
- Ah, sim, estou indo.
- Rápido, por favor, não posso me atrasar.

Minutos depois Gemma ouve uma batida na porta e corre para atender.

- Olá. - a morena diz.

- Olá, Lea. Entre. Eu não vou enrolar muito, preciso sair agora mesmo. Mas os remédios estão em uma caixa na parte de cima do guarda-roupa da minha mãe. Vê se consegue fazer ele tomar um banho antes de dar qualquer coisa. Se ele não melhorar com nada, pode chamar o nosso vizinho que é médico. Se disser que precisamos levar ao médico, me ligue, só pra avisar, pois eu realmente não posso vir. - demonstrou sua frustração com uma careta. - Você entendeu tudo?

- Sim. - Leane disse de forma incerta, mas assentiu rapidamente ao receber um olhar nervoso. - Eu entendi. Vou fazer direitinho.

- Sei que não é nada divertido. Mas tome conta dele, por favor.

- Eu vou. Relaxe. - a mais nova revirou os olhos. É claro que ela conseguia cuidar do Styles.

- Ele está no quarto, já estou indo. - avisou, saindo pela porta.

Lea sentiu uma sensação de estranheza ao ficar em uma casa que não era sua, tão silenciosa que parecia não ter ninguém. Mas ela sabia que havia. Subiu ao andar de cima em passos longos, mas hesitou em entrar no quarto. Realmente nunca havia imaginado como seria estar em um quarto com Harry Styles, mas isso agora a incomodava de uma forma estranha. E ela sabia exatamente o porquê. Balançou a cabeça e entrou de uma vez, assustando o garoto na cama. Ele arregalou seus olhos verdes ao ver a morena sorrir com diversão e desviou, sentindo a garganta coçar mais do que o comum. Que droga. O que estava acontecendo com ele? Era a ex do seu melhor amigo. Mas desde que ela havia parado de o tratar tão mal, começara a ver outras coisas.

Talvez fosse melhor ser tratado mal.

- O que está fazendo aqui? - Harry perguntou com a voz mais rouca que o normal.

- Vim cuidar de você. A Gemma teve que correr para o trabalho. - explicou ao ver a expressão confusa do garoto. Silêncio se instalou no quarto enquanto a menina se sentava na cama, próxima à ele. Aquele silêncio não era incômodo, nem estranho para nenhum dos dois. Era esquisito como pareciam se entender sem falar nada depois de tanto tempo discutindo como duas crianças. Esse pensamento o fez sorrir. - O que foi?

- Nada. - disse rindo.

- Seu estranho. - ela sorriu fazendo cafuné na cabeça do maior. - É tão esquisito te ver doente. E tão quente. - franziu a testa. - Isso me faz lembrar, você tem que tomar um banho para esfriar a temperatura.

- Você não quer vir junto? - brincou com um sorriso malicioso nos lábios quando ela o ajudou a se dirigir ao banheiro.

- Não. Assim a temperatura ia era subir. - piscou o empurrando para dentro do banheiro fechando a porta em seguida. Harry riu. O que é isso? Ela era realmente maluca. E isso estava o deixando louco.