sábado, 11 de janeiro de 2014

Do You Really Love Me? (Second Season) - Capítulo 4 (Maratona 1/5)



Lunna Pov

Funguei e finalmente levantei a cabeça olhando em volta. Droga, não tenho a mínima ideia de onde estou. O que eu estava pensando quando fugi do colégio? Ah, é. Em NADA. Eu nunca penso nas coisas quando essas são relacionadas ao Zayn. Parei de andar e fiquei no meio da rua. Talvez eu devesse ter me trancado no banheiro, mas as meninas iam me achar e ficariam me enchendo. Talvez o melhor seja isso mesmo. É só olhar o nome da rua. Fui pra calçada e procurei uma placa. Hershey's Street... Ainda não tenho ideia de onde estou. Fui andando sem rumo vendo se conseguia chegar em algum lugar, mas não adiantava. A rua estava completamente deserta, exceto por um cara encapuzado que andava um pouco atrás de mim. Estranho. Virei à esquerda e depois a direita e ele continuava lá. Será que ele estava me seguindo? OK, Lunna,não seja paranóica. Virei mais um vez a direita e ele veio junto. Acelerei o passo e ele fez o mesmo. Peguei meu celular, mas ele estava sem bateria.

- Droga, dá pra ficar pior? - Senti algo molhado caindo em meu rosto e olhei pra cima enxergando o céu cinzento. Guardei o celular no bolso bufando e logo as gotas se intensificavam começando uma chuva forte. Boca bendita. Olhei pra trás e o cara ainda me seguia. Eu não podia demonstrar medo, mas acho que já estava meio óbvio. Comecei a me desesperar porque cada vez ele chegava mais perto e eu, infelizmente, pude ver um sorriso malicioso se formar em seus lábios. Apavorada, comecei a correr. E o cara também começou a correr vindo atrás de mim. Eu estava morrendo de medo. Virei em uma rua qualquer e continuei correndo, mas ele não desistiu. me senti tremer e virei de novo olhando pra trás. Senti um impacto com meu corpo e, antes que eu caísse, braços fortes me seguraram. Olhe pra cima assustada e me aliviei ao ver quem era. - Ian! - O abracei forte. Meu corpo todo tremia, mas fui me acalmando ao sentir o calor de seu corpo. Ele me apertou mais em seu abraço e se esforçou para me colocar de pé. Eu não queria soltá-lo, pois só assim consegui me sentir segura.

- Lu? O que aconteceu? O que está fazendo aqui? - Perguntou confuso.

- Me tira daqui Ian, por favor. - Pedi ainda o abraçando.

- Vou te levar pra outro lugar, mas fica calma, por favor. - Disse preocupado me ajudando. Ele me levou até um carro preto e abriu a porta do passageiro me ajudando a sentar no banco, depois fechou a porta e foi para o lado do motorista. Ele tirou uma blusa que só então eu percebi que estava usando. Seu cabelo estava apenas com algumas gostas, ele não tinha ficado tanto tempo na chuva quanto eu tinha, o que indicava isso era meu cabelo todo encharcado e pingando. Destruiu minha chapinha e nem me lembrei disso... Ele deu partida no carro e começou a dirigir. Ian me olhava apreensivo de cinco em cinco minutos, mas não falava nada, até que finalmente o fez. - O que aconteceu, Lu? Por que estava tão assustada?

- Tinha um cara me seguindo... No começo eu achei que fosse neura minha, mas ele estava me seguindo mesmo. Eu fiquei com tanto medo do que ele pudesse fazer comigo, Ian. - Quando dei por mim já estava chorando de novo. Talvez tudo isso tenha me deixado muito sensível.

- Lu, fica calma. - Ele segurou minha mão me passando segurança. - Eu estou aqui agora. nada mais vai acontecer a você. - Senti o carro parando e ele soltou o cinto.

- Promete? - Soltei o meu cinto.

- Prometo. - Ele me abraçou com um pouco de dificuldade e beijou minha testa. Logo estávamos entrando em um prédio não muito luxuoso, mas bonito e moderno. Nós subimos o tempo inteiro abraçados. Não sei porque, mas não queria mais soltá-lo. Ele destrancou uma porta bege e nós entramos. Ian me soltou um pouco e eu abracei meu próprio copo observando a sala onde havia um sofá cinza de três lugares, mas devia dar para Ian dormir tranquilamente lá. Andei mais um pouco e olhei para a esquerda encontrando uma TV enorme. Do lado havia uma sacada e atrás do sofá tinha um balcão que separava a sala da cozinha. Era muito organizado, o que me deixou surpresa. - Eu não sei se fiz bem, mas te trouxe pro meu apartamento. - Ele falou se colocando ao meu lado.

- Não sabia que morava sozinho.

- É que eu não disse, mesmo. Meus pais estão nos EUA, ainda. Moro sozinho desde o ano passado e, além do que meus pais me mandam, eu trabalho como modelo para me sustentar. - Claro, lindo do jeito que é. O que estou pensando? Droga. - Você precisa tomar um banho para não ficar doente. - Ele me puxou até um corredor até que chegamos em um quarto. Ele era muito organizado também. Tinha uma enorme cama de casal no meio com uma coberta com listras preto, branco e cinza. Dava pra perceber que ele não gostava muito de coisas coloridas, como eu. Era raro eu usar coisas com cores mais vivas, só em ocasiões mais especiais.- Pode usar o banheiro do meu quarto, me dê suas roupas que eu vou colocar na secadora e... Tem problema em usar uma roupa minha?

- Não, nenhum. - O olhei com um meio sorriso e fui andando até uma porta branca. Abri-a encontrando um ambiente completamente branco.

- As coisas que você precisa, pelo menos o básico, estão dentro do box e se quiser lavar o cabelo tem um shampoo que a minha irmã esqueceu aqui...

- Eu também não sabia que você tinha uma irmã...

- Nem eu sabia a um ano. - Sorriu. Ele saiu e fechou a porta. Tirei a roupa, ficando apenas de roupa íntima, que permanecia seca, e a dei para ele. Entrei no box, abri o registro permitindo que a água gelada caísse sobre minha cabeça. Enquanto me ensaboava, meus pensamentos voltaram para Zayn e a garota loira. Lágrimas voltaram a escorrer se misturando com a água. Sei que não tenho qualquer direito de me sentir traída, já que terminamos e fui eu que, na verdade, fiz a burrada. E eu juro que nunca vou me perdoar por isso. Mas é algo involuntário. Eu me senti traída sim, talvez eu não pensasse que ele fosse me superar tão rápido... Eu não queria que ele superasse. Isso me faz tão egoísta? Sim, me faz. Mas me dói tanto saber que ele não é mais meu e que nunca mais vai ser. Me dói tanto saber que nós não somos feitos um para o outro. Depois de tudo... E é tudo minha culpa. Eu sou um monstro por tê-lo machucado tanto. É isso que eu sou. Eu não tenho o direito de pensar algo mal dele. Nunca. Eu sou a "vilã"  da história. Eu mereço sofrer.

Me enrolei na toalha e saí do banheiro. Em cima da cama havia uma blusa preta com John&John escrita em cinza. Coloquei-a e, como eu esperava, ficou enorme, batendo no meio das minhas coxas. Vi um short jeans e o coloquei. Deveria ser da tal irmã. Enxuguei o quanto podia meu cabelo e percebi que ele estava  começando a enrolar.  Ouvi baterem na porta.

- Pode entrar. - Falei e Ian entrou já com a roupa trocada.

- Então... Está melhor? - Me perguntou.

- Sim. - Sorri. - Muito melhor.

- Que bom, Lu. Está com fome?

- Não, Ian. Não precisa se incomodar... Eu vou  logo pra casa.

- Você... Quer ir para casa? - Se aproximou erguendo uma sobrancelha.

- Ahn... Não. - Admiti.

- Então venha comigo. - Segurou minha mão e senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Ele apenas sorriu de lado e me puxou para a cozinha. Vi uma panela onde havia um risoto de camarão. Minha boca se encheu de água. - Tem certeza que quer ir para casa? - Perguntou risonho. Eu ri e neguei.

- Não mesmo. - Foi a vez de ele rir. - Como sabia que eu gostava?

- Não sabia, me arrisquei. E acertei em cheio, graças a Deus. - Fingiu estar aliviado e eu ri.

- Idiota. - Falei ainda rindo e ele sorriu.

Acho que nunca comi com tanto gosto na minha vida. E também não acho que tenha comido um risoto tão bom quanto aquele. Eu nunca imaginaria logo o Ian fazendo algo tão... Maravilhoso.

-  Desse jeito vou ter que vir aqui mais vezes. - Falei e ele gargalhou.

- Pode vir quando quiser, Lu. Já falei que amo estar em sua companhia...

- Espere, deixa eu te perguntar uma coisa?

- Já está perguntando. - Riu fraco.

- Bob, você me entendeu.

- Aham, pode falar.

- Aquela festa que você deu... Não tinha sido em uma casa?

- Sim.

- E... Então...

- Ah, não era minha... Bem, mais ou menos... Está no meu nome agora, mas...É a casa onde eu morava antes com meus pais. Eu não queria morar naquela casa porque me sentiria sozinho demais.... Sabe?

- Sei muito bem como é.

- Então, eu uso ela para dar aquelas festas quando não estou alugando ela, aliás, isso também ajuda no meu sustento já que rende uma boa grana e consigo arranjar pessoas fácil...

- Você tem alguém lá agora? - Perguntei tendo uma ideia.

- Não... Os últimos tiveram que sair do país... Por quê?

- Um tio meu vai vir pra cá...

- Quando?

- Mais ou menos na época que costuma ser o Baile de Boas Vindas.

- Hum... Então, já que é para algo relacionado a você - Corei quando ele me olhou sorrindo - Eu posso segurar até lá e eles dão uma olhada...

- Como é a casa, mais ou menos? - Perguntei. Ele me explicou os detalhes que se lembrava e eu tentei gravar o máximo que deu. A família dele era muito mais endinheirada do que eu imaginava.

Depois começamos a falar sobre a faculdade dele e fomos lavar a louça. Ele insistiu muito para lavar sozinho, mas eu discutia, afinal, ele havia feito a comida, então eu deveria lavar a louça. Nenhum dos dois deu o braço a torcer e no final ele ensaboou e eu enxaguei. Ele me fez esquecer dos pensamentos ruins que rondavam minha mente desde que eu havia terminado com Zayn. Me fez esquecer do mundo que havia à nossa volta.

Mas uma hora eu tinha que voltar ao mundo real.

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