“ - Pensei que não viria.
- Se dependesse de mim. – Nina sussurrou.
- O que disse? – Seu pai perguntou.
- Nada ‘papai’. – Sorriu falsamente e se sentou á mesa de jantar.
- Nossa, maninha. Deve melhorar essa cara. Parece até que não quer se casar. – Sua irmã a olhou cínica e Nina sorriu também cínica.
- Mas é claro que não. Afinal porque não ia querer me casar com um completo desconhecido não é maninha?
(...)
-Sr. Sytles(piadinha ok? Nada engraçada, mas... Eu sei lá) .
- Sr. Miller – Eles se cumprimentaram. – Esse é meu filho Lewis, minha filha Laís, minha filha Mary e minha esposa Lucy. - Apontou para cada um e eles sorriram.
- Esses são minha filha Nina, minha filha Lílian e minha mulher Morgana. Sentem-se, por favor. – Eles se sentaram e iniciaram uma conversa completamente entediante para os jovens daquela sala. Até que Nina ouviu seu pai falar:
- Gosto dele. Acho que vocês são uma família boa, rica e com tradições. Isso é o que mais importa. Agora, tenho é que convencer Nina. – A olhou.- Ela deveria ter aceito. Saber que seu filho é um bom moço, diferente daquele ‘amiguinho’ dela.
- Não fale dele. Você só não gosta dele por ele não ser nobre. Sabe muito bem que ele tem dinheiro sim e que a família dele tem tradições. Idaí se são diferentes das nossas?
- Filha, ele é islâmico.
- Você fala como se fosse um tipo de doença contagiosa.
- É como se fosse. – Ela o olhou indignada.
- Ah, já chega. Eu cansei de você. Cansei do seu preconceito e da sua ignorância. – Ela se levantou. – Me desculpem. Você não tem culpa de nada. – Se dirigiu a outra família e depois saiu da sala. Chegou em seu quarto e se jogou na cama abraçando seu travesseiro. Estava a chorar quando ouviu batidas na porta. Ela se levantou, limpando as lágrimas e abriu a porta dando de cara com o seu futuro noivo. Somente agora ela percebeu quão azuis eram aqueles olhos.
- O que você está fazendo aqui? – Falou tentando ser rude. Fail. Aqueles olhos não deixavam.
- Só vim te pedir para me dar uma chance. Fale comigo. Não sou tão ruim como você deve achar. – Ela suspirou e o deixou entrar. – Olha, eu não queria isso tanto quanto você, mas acaba sendo nossa obrigação. Juntar nossos países.
- É eu sei. Mas não entendo porque exatamente tem que ser eu. Tem várias outras de vários outros condados da Inglaterra e logo escolhem a mim.
- Eu entendo você, mas pense no quão mais fácil seria se você pelo menos gostasse de mim. Olha, antes de você negar, tente me conhecer, eu já gostei de você. Espero que goste de mim. – Ele a olhou bem nos olhos e ela se perdeu na imensidão azul e ele ficou hipnotizado pelos olhos castanhos que tinham um brilho especial e completamente diferente.”
- AI. – Lunna gritou de susto e de dor após cair da cama. Ela se levantou confusa, com muito sono. Tentava entender o sonho confuso que tivera. Era a segunda vez que isso acontecia. Era como se fosse um filme, com uma garota que se chamava Nina e que era exatamente igual a ela. Mas suas roupas eram como se fossem da época em que o Brasil foi descoberto, ou um pouco depois, ela não sabia. Ás vezes ela entrava no corpo da garota e via por ela. Ela via todos, eram estranhos. Mas haviam dois garotos a quem ela chamava de Zac e Lewis. Ela só via os olhos dos dois o resto eram borrões e ela sabia que conhecia aqueles olhos de algum lugar. Os de Lewis eram incrivelmente azuis, ele tinha um olhar bom e puro. Os de Zac eram de um castanho mel, eram misteriosos, mas pareciam ver sua alma. As sensações que ela sentia... Tudo parecia tão real.
Ela terminou seu banho e se vestiu. Depois comeu e saiu novamente, indo para o colégio. Ela estava tão pensativa que passou direto da casa de Lea. Mas ela sabia que Niall não viria por estar doente. Aliás, se não fosse por isso ela não iria a escola, mas tinha que anotar a matéria para ele. Não o deixaria na mão, apesar de ter de sofrer um pouco mais. Yan e a sua “turma” a estavam atormentando. Somente os garotos. Nada que desse muito certo já que nessas horas ela incorporava o Louis e dava cada patada. Algumas pessoas viam e passaram a admirá-la realmente, não como antes, que era somente pela aparência e por ela namorar o Yan, que apesar de um total idiota, era lindo. Também várias pessoas viam o talento dela para o canto e principalmente para a atuação e a admiravam ainda mais. Claro que tinham aquelas invejosas e tal, mas ela era acostumada. Agora ela andava com os meninos e ficava perto de Niall também, mas ele na hora do almoço se sentava com uns amigos que havia feito. Nunca deixava de cumprimentar Lunna com um abraço e um beijo na bochecha. Sempre com aqueles olhinhos azuis brilhando. Ele tinha um olhar bom e puro... Ela parou de súbito, será que o tal Lewis com quem tinha sonhado era Niall? Não. Ela afastou esse pensamento e chegou a escola. Todos a olharam como de costume. Alguns sorrindo, outros com cara de desgosto, mas ela nem ligou. Foi se arrastando até seu armário e o abriu pegando seu material de Química. Quando o fechou ouviu a voz grossa de Yan.
- Você não cansa de ser puta não?
- Desculpe, poderia repetir? – Se virou para eles. – É que eu não falo babaquês. – E saiu com cara de tédio em direção a sua sala.
- Oi Lu. – Ele sorriu mostrando suas covinhas.
- Oi, Hazza. – Ela sorriu por poucos milésimos de segundo, pois bocejou logo após.
- Nossa foi dormir que horas?
- Tarde Hazza, tarde. – Bocejou novamente e Harry bocejou contagiado. Eles se olharam. Ela bocejou, ele bocejou, ela bocejou, ele bocejou. Uma garota atrás foi contagiada, depois outro garoto e logo toda a sala estava bocejando até que finalmente pararam. Harry e Lunna se olharam e riram. Estranho...
- Vamos lá, para Educação Física. Fi-nal-men-te. – Lunna falou puxando Niall que tinha o mesmo horário. Ela estava radiante, já ele? Não. Odiava Educação Física. Apesar de ser bom em esportes ele não gostava. Pelo menos se fosse pervertido como os outros ele ia gostar por causa das roupas que as garotas tinham de usar. Eram shorts coladíssimos e curtos e as blusas não eram as mais decentes, tinham até garotas que usavam tops.
Chegaram na quadra e o professor resolveu que iam jogar doodball. Ótimo, um dos únicos que Niall gostava.
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